terça-feira, 17 de junho de 2008

Quem Vai Pagar o Mico - Por João Batista Cavalcante- Reitor do Seteceb

Quem Vai Pagar o Mico?
Nessa semana apareceu um mico no
seminário. Estou falando de mico de verdade
mesmo! Ele estava perdido, e apareceu primeiramente perto de casa,
e depois no prédio central; dessa última vez, com alguns ferimentos
leves. Foi devidamente encaminhado para a “matinha” próxima,
onde se uniu aos que ali vivem. Nosso mico não é caso isolado.
Ainda no mês passado, o pessoal de Goiânia estava tentando encontrar
uma solução para os diversos micos que vivem em um parque da
cidade, e que têm contraído diversas doenças como resultado de
alimentação fornecida pelos visitantes. As autoridades conseguiram
ajuda de biólogos, e trataram de encontrar um lugar adequado para
um novo estilo de vida para os animais.
Fiquei pensando nos micos, habitantes de cidades, e me
chamou a atenção a maneira como eles ilustram bem a situação em
que nos encontramos na área de evangelismo. As semelhanças são
muitas, e preocupantes. Vejam a situação:
Primeiro, devemos ser lembrados de que não foram os
micos que invadiram as cidades, mas as cidades que invadiram o
habitat deles. O que temos é uma situação em que a cidade “engoliu”
a mata, e os micos se perderam. A situação nos lembra muito uma
dificuldade do ministério das igrejas evangélicas, inclusive de nós, os
pastores. Experimentamos uma mundanização da igreja, de modo
que, fomos cercados por todos os lados e perdemos a habilidade de
sobreviver e fazer diferença no contexto em que vivemos. Fomos
chamados para “ir ao mundo”, mas o mundo é que veio até nós.
Aprendemos lições de marketing, adaptamos tecnologia,
flexibilizamos nossos hábitos e doutrinas, e adotamos uma ética meio
relativa. Até nossa arquitetura vem se adaptando aos modelos mais
parecidos com os ditames da cultura dominante. Podemos dizer que
o barco entrou no mar, mas parece que há mais água no barco do que
barco na água...
Ora, todos sabemos que o jogo é mais difícil no terreno em
que o inimigo conhece bem, especialmente se somos apenas
forasteiros ali. O fato é que no lugar de um discurso de “ide”,
adotamos um discurso de “vinde”. Perdemos um pouco o jeito de
evangelizar: quase não fazemos mais apelos evangelísticos e
diminuímos os projetos de evangelização nos hospitais, nos bairros,
nos presídios, nos condomínios... no mundo. Falamos pouco em
conferências evangelísticas, cruzadas, evangelismo de casa em casa e
outros métodos evangelísticos quaisquer. Na verdade, preferimos fazer
um “chazinho das cinco”, um “encontro de casais”, um
acampamento, e assim por diante. Chamamos o “mundano” para
“bater uma bolinha com o pessoal da igreja”... ou participar de um
jantar gostoso... Quem sabe ele vai se acostumar, freqüentar a igreja, e
logo estará no rol de membros da igreja (aliás, quando ainda temos
rol de membros!). Nada contra os novos métodos. Há casos em que
são úteis. Tudo contra o fato de festejarmos o fato de que a pessoa está
“amiga do Evangelho”, freqüentando os “programas”, e só! Falamos
pouco em arrependimento, confissão de pecado, mudança de vida.

2 comentários:

Unknown disse...

ficou muito legal em...hehehe

Anônimo disse...

Muito sábio em As Motivações do Servir!
Parabens pelo trabalho!